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Inquérito sobre Santa Casa aponta divergência em depoimentos



RN

Na denúncia feita à Justiça, o delegado responsável pelo caso, Ailton Canato, coloca em dúvida a veracidade dos fatos com base nas testemunhas ouvidas no inquérito policial a partir de uma denúncia do vereador Murilo Jacob. 

A dúvida é se a Santa Casa de Fernandópolis possui gestão compartilhada com a Santa Casa de Andradina ou não e se os membros do conselho e irmandade teriam recebido as informações necessárias e verdadeiras quando foi aprovada a entrada da nova diretoria. 

O inquérito policial ouviu o conselheiro administrativo Hélio Maldonado Filho que afirmou que fez um levantamento inerente aos ativos e passivos de forma voluntária e apresentou os números em assembleia, mencionado ainda que naquele momento havia necessidade de contratar pessoas experientes para administrar o hospital. 

Em depoimento Helio Maldonado Filho negou que houvesse administração compartilhada entre as Santas Casas e que houve erro de digitação na fala dele na ata, mas chegou a assinar o documento. 

Vera Ferrarezzi, que figura no cargo de escrituraria, sendo responsável pelas anotações, disse em depoimento que quem redigiu a ata de posse da nova diretoria foi Helio Maldonado Filho e que apenas assinou o documento. O inquérito apontou que Helio “falta com a verdade ao negar que explanou na assembleia que empossou a nova diretoria”. 

O ex-presidente da Câmara e atual vereador, Étore Baroni, disse em depoimento que participou da assembleia que empossou a nova diretoria e afirmou que ouviu de Helio que a Santa Casa de Andradina exercia “administração compartilhada” com a Santa Casa de Fernandópolis, sendo que a diretoria seria de Andradina e corpo de conselheiros de Fernandópolis. ´ 

O mesmo entendimento também foi apontado pelo ex-provedor Edilberto Sartin e que a explanação de administração compartilhada feita por Hélio, sendo decisiva para que os “irmãos” ratificassem que nos bastidores já havia sido acordado. 

A conselheira Alice da Silva Ferrarezzi também em depoimento afirmou que tinha conhecimento de uma administração compartilhada entre Andradina e Fernandópolis, a mesma informação sendo confirmada pelo conselheiro Jesiel Bruzadelli Macedo. Para ele existe sim um vínculo a diretoria da Santa Casa e a OSS de Andradina. 

Mas o conselheiro Antonio Luiz Aielo, responsável pela lavratura da ata da assembleia afirmou em depoimento que não existe gestão compartilhada o que causou divergência com os demais depoimentos, ficando a dúvida de que a atual diretoria teria responsabilidade no aumento das dívidas ou se o ônus ficaria inteiramente para a Irmandade de Fernandópolis. 

Na decisão judicial que autorizou a apreensão de documentos na instituição, o juiz Vinicios Castrequini Bufolin destaca que “os ventos precursores da simulação terem sido alvo de apuração pela Policia Judiciária, a indicar a “politicagem” (algo diverso da política, por não fazer parte da função própria dos políticos) para a vinda da OSS de Andradina e que tais fatos devem ser investigados. Apontando uma interferência política na gestão da entidade. 

Bufolin cita ainda que “muitas das pessoas inquiridas podem responder pelo crime de “falso testemunho”, por aparentemente “calar a verdade”, ou seja, deixa de prestarem todos os esclarecimentos necessários, sem omitir questões relevantes sobre a ingerência permanente da OSS de Andradina sobre os negócios da Santa Casa de Fernandópolis” (sic). 


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