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Candidatos ou políticos. Marchar para onde?



A eleição acabou. E agora? Agora a vida continua. A política também. Existem na vida pública, duas espécies de cidadãos: os candidatos e os políticos. Os candidatos são aquelas pessoas que aparecem de dois em dois anos - eleições municipais, estaduais e federais – em busca de cargos, dinheiro e/ou poder.

Os políticos não saem de cena. Vivem e respiram o cotidiano como servidores. Não quero dizer que os ‘políticos’ não buscam o poder, cargo e, alguns, o dinheiro. O candidato que vira político, aliás, jamais quer sair do poder. Me refiro à questão moral e ética. O candidato não gosta do povo. O político vive junto a ele.

A história romana conta sobre a origem do Censo (contagem de votos), por Sérvio Túlio. Servius Tullius, em latim, sexto rei de Roma. Segundo a tradição, reinou por 44 anos, entre 578 a.C. e 539 a.C., classificou os cidadãos em cinco classes. Conforme a divisão, os soldados eram “preparados” de acordo com sua estaca social. Os mais ricos eram mais fortemente armados e equipados e recebiam um capacete, escudo, e armadura peitoral todas de bronze e carregavam lança e espada.

Quanto mais baixo na escala social, menos equipamentos recebia o soldado. Os soldados de 5ª classe iam para o campo de batalha apenas com estilingues e fundas. Os oficiais e líderes de campo eram escolhidos entre membros proeminentes da sociedade civil. Surge daí o famoso ditado popular, “de quinta categoria” quando alguém se refere a algo medíocre ou irrelevante. Candidatos ou políticos eram escolhidos por quem ditava o poder. Servius criou os ‘candidatos’.

Napoleão Bonaparte criou o que chamo de políticos. Mudou a estratégia. Forjou homens empenhados – em dar a vida se preciso – para construir a Nação. A Grande Armada foi o alistamento universal, onde todos os homens fisicamente capazes e em idade de servir eram obrigados a aderir as fileiras para defender a república sob o risco de perder a cidadania.

A maioria dos homens que compunham a grande armada de Napoleão foi convocada entre as classes mais pobres. Os soldados recebiam pouco ou nenhum treinamento, tendo que aprender diretamente no campo de batalha. Napoleão compreendeu as dificuldades e os anseios de seus soldados. Ao contrário da maioria dos exércitos e seus inimigos, ele aboliu o castigo corporal.

Antes da revolução, mais de 90% dos oficiais do exército francês eram aristocratas ou membros da nobreza. Na época em que Napoleão entrou em comando, apenas 3% deles permaneceram. Para preencher as vagas, Napoleão fez uma série de promoções com base no mérito. A meritocracia. Além disso, promoveu os soldados por bravura em combate, o que estimulou o moral e o sentimento de que os verdadeiros heróis estavam entre os próprios soldados." Napoleão criou o Político.

Cabe a você escolher o tipo que lhe serve, tanto para se doar ou para pedir. Aposta em homens oportunistas que surgem de vez em quando para morder uma fatia do dinheiro dos seus impostos, ou pode começar a analisar verdadeiramente cidadãos que possuem condições de mudar o sistema, a favor da sociedade. David Gates, em "The Napoleonic Wars" 1803-1815 completou em sua obra: "Faltava dar a esses 'meninos' um destino. Marchar para onde?

Fabrício Mendes é jornalista, especializado em comunicação digital e presidente estadual do PSL Jovem São Paulo.


30 Segundos

Notas rápidas sobre os acontecimentos mais relevantes da política local e nacional.

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